Mercado Libre lança o Meli Dollar Stablecoin no Brasil
O Mercado Livre, uma empresa líder em comércio eletrônico na América Latina, introduziu uma stablecoin chamada Meli Dollar para seus usuários brasileiros. Essa nova oferta está disponível por meio de sua subsidiária financeira, o Mercado Pago.
Como o Brasil é o maior mercado do Mercado Livre, o lançamento do Meli Dollar visa oferecer aos usuários uma ferramenta financeira mais estável em meio às flutuações econômicas. Os usuários podem negociar essa stablecoin usando a moeda local por meio do aplicativo Mercado Pago.
Como funciona o Meli Dollar
Nos últimos anos, o comércio de criptomoedas no Brasil aumentou, com as stablecoins se tornando cada vez mais dominantes. Para se alinhar a essa tendência, o Mercado Pago permite que os usuários comprem e negociem Meli Dollar usando reais. Inicialmente, essas transações serão gratuitas.
Para garantir a estabilidade do Meli Dollar, o Mercado Pago fez uma parceria com a Ripio, uma plataforma de criptografia líder na América Latina. A Ripio atua como formadora de mercado, lidando com todas as transações realizadas por meio do aplicativo Mercado Pago, garantindo experiências de usuário tranquilas e seguras.
Inovação contínua do Mercado Livre em criptomoedas
Mercado Libre vem explorando o setor de criptomoedas há vários anos. Em 2021, o Mercado Libre começou a aceitar Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Pax Dollar (USDP) como métodos de pagamento por meio do Mercado Pago no Brasil.
A empresa também adicionou o valor de US$ 7,8 milhões em Bitcoin ao seu portfólio de ativos naquele ano. Em 2022, o Mercado Livre lançou o Mercado Coin, um token usado em seu programa de recompensas de fidelidade. Os clientes ganham o Mercado Coin como um cashback para compras on-line, que pode ser resgatado para compras ou negociado na bolsa de criptografia MercadoPago, lançada no final de 2021.
Em 2023, a empresa expandiu suas operações de criptografia introduzindo o USDP no México e a Circle’s USD Coin (USDC) no Chile.
O lançamento do Meli Dollar ocorre em meio ao rápido crescimento do mercado global de stablecoins. Em apenas uma semana de agosto de 2024, a capitalização de mercado das stablecoins aumentou em US$ 2,21 bilhões, impulsionada principalmente pelo crescimento da oferta do Tether.
O mercado global de stablecoin agora tem uma capitalização total de US$ 168,42 bilhões, com o Tether detendo uma participação de mercado de 69,4%. Enquanto isso, a Tether planeja lançar uma nova stablecoin atrelada ao Dirham dos Emirados Árabes Unidos (AED), expandindo ainda mais sua presença no Oriente Médio.
O mercado brasileiro de criptografia e o cenário regulatório
O comércio de criptomoedas na América Latina apresentou um crescimento significativo, com níveis variados de atividade entre os países. O Brasil lidera a região, com um volume de negociação de US$ 6,9 bilhões de janeiro a maio de 2024, capturando 53% do mercado latino-americano. Esse crescimento é alimentado pelas políticas favoráveis às criptomoedas do Brasil e pela forte demanda interna pelas principais criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum.
O domínio do mercado brasileiro se reflete não apenas no volume de negociação, mas também no número de bolsas e usuários ativos. Embora outros países, como México e Argentina, também estejam experimentando um crescimento no comércio de criptomoedas, suas participações de mercado permanecem relativamente pequenas em comparação com o Brasil.
O Brasil está atualmente no processo de desenvolvimento e refinamento de suas regulamentações de criptomoedas. De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), espera-se que uma nova estrutura regulatória para criptomoedas seja finalizada até o final de 2024. Essa regulamentação em fases tem como objetivo estabelecer padrões operacionais claros e procedimentos de autorização para Provedores de Serviços de Ativos Virtuais (VASPs), ao mesmo tempo em que aumenta a transparência e protege os investidores.
A estrutura regulatória está sendo desenvolvida com base em uma lei aprovada em 2022, que concedeu ao BCB autoridade para regular o setor de criptografia. Para garantir o desenvolvimento abrangente de políticas e o apoio público, o BCB realizou sua primeira consulta pública no final de 2023 e planeja uma segunda consulta na segunda metade de 2024. Essas consultas têm o objetivo de coletar feedback e finalizar o texto regulatório.
Além disso, as regulamentações do Brasil se concentram no combate à lavagem de dinheiro e às atividades de financiamento do terrorismo, exigindo que os VASPs cumpram rigorosamente essas regras. O país também proíbe o uso de criptomoedas para doações políticas para garantir a transparência e a rastreabilidade do financiamento eleitoral.
Embora o progresso do Brasil na regulamentação de criptomoedas tenha enfrentado atrasos, a abordagem do BCB por meio de consultas públicas visa estabelecer uma estrutura regulatória robusta para lidar com a complexidade e a rápida evolução do mercado de criptomoedas.