Pavel Durov, fundador do Telegram, é preso na França

Pavel Durov preso

O fundador do gigante da mídia social Telegram, Pavel Durov, foi preso após uma investigação regulatória, abalando o mundo das criptomoedas.

De acordo com relatos de 25 de agosto, Pavel Durov, fundador e CEO da plataforma de mídia social Telegram, foi preso na França em 24 de agosto. O canal de televisão francês TF1 informou que Durov poderia enfrentar acusações relacionadas a terrorismo, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

Após a notícia da prisão, a Toncoin, uma criptomoeda intimamente associada ao Telegram, despencou mais de 20%. Até o momento da publicação deste relatório, a Toncoin havia caído 14,77% no dia, sendo negociada a US$ 5,71 por moeda.

Quem é Pavel Durov?

Pavel Durov, 40 anos, nasceu na Rússia e atualmente reside em Dubai. Ele se tornou cidadão francês em 2021 e é o fundador da plataforma de mídia social VKontakte (VK) e do aplicativo de mensagens instantâneas Telegram.

Em 2006, Durov fundou o VK, inspirado no Facebook, e depois criou o Telegram em 2013. Entretanto, devido a diferenças com a gerência, Durov renunciou ao cargo de CEO da VK em 2014 e deixou a Rússia, tornando-se cidadão francês.

Atualmente, a VK é a maior plataforma de mídia social da Rússia, enquanto o Telegram tem uma enorme base de usuários na Rússia, na Ucrânia e em outros países. É também uma das principais plataformas sociais para a mídia russa e usuários que falam russo, com planos de atingir 1 bilhão de usuários no próximo ano.

De acordo com a Forbes, estima-se que o patrimônio líquido de Durov chegue a US$ 15,5 bilhões.

Por que Durov foi preso?

De acordo com relatos da mídia, as autoridades francesas declararam que a prisão se deveu à falta de regulamentação na plataforma, o que levou a uma quantidade significativa de atividades criminosas, incluindo a disseminação de desinformação e discurso de ódio.

Na madrugada de 25 de agosto, o vice-presidente da Duma, Davankov, anunciou que havia solicitado ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, que interviesse e ajudasse a garantir a libertação de Durov. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que a Embaixada da Rússia na França já tomou as medidas necessárias para reunir informações sobre a situação de Durov.

O que a prisão de Durov significa para o mundo das criptomoedas?

Sabe-se que a The Open Network (TON) é um projeto de blockchain criado pelo Telegram em 2018. O objetivo era construir uma plataforma distribuída e de alto desempenho que suportasse aplicativos descentralizados e ativos digitais. Devido a desafios regulatórios e legais, o projeto foi abandonado em 2020, com a equipe NewTON continuando seu desenvolvimento e renomeando-se como TON Foundation.

Em termos simples, a TON oferece suporte a um ecossistema no aplicativo, aproveitando a vasta base de usuários do Telegram para simplificar as transações de criptomoeda e melhorar a usabilidade e a acessibilidade da tecnologia blockchain.

Na época, Durov afirmou que a TON “superaria em muito” os blockchains existentes, como Bitcoin ou Ethereum, e levantou US$ 1,2 bilhão por meio de uma oferta inicial de moedas (ICO), com a participação de grandes empresas de capital de risco, como Sequoia Capital, Benchmark, Kleiner Perkins e Lightspeed.

Devido à prisão de Durov, as preocupações com o Telegram e a possível conformidade regulatória de seu projeto de criptomoeda aumentaram, levando os investidores a vender significativamente os tokens relacionados.

Coincidentemente, pouco antes de sua prisão, Durov anunciou em julho que a base de usuários do Telegram havia ultrapassado 950 milhões, com uma parte significativa do crescimento atribuída aos jogos de criptomoeda integrados aos “mini aplicativos” da plataforma. Notavelmente, o maior jogo, Hamster Kombat, teria atraído mais de 300 milhões de jogadores nos meses que antecederam o lançamento de seu token airdrop (HMSTR).

Informações públicas revelam que o Telegram não abriu seu capital, mas até abril deste ano, a plataforma havia levantado mais de US$ 1,5 bilhão por meio de vendas de títulos e US$ 1,7 bilhão por meio de projetos de criptomoeda.