Por que o mundo criptográfico está esperando uma vitória de Trump
O setor de criptografia está investindo cada vez mais nas próximas eleições dos EUA, especialmente em relação ao possível retorno de Donald Trump ao poder. Embora Trump tenha demonstrado uma posição clara, embora instável, em relação às criptomoedas, a posição da vice-presidente Kamala Harris permanece menos definida.
O presidente da SEC, Gary Gensler, criticou recentemente o setor de criptomoedas, alegando que ele está repleto de fraudes e tem custado aos investidores perdas significativas devido à não conformidade com as leis existentes. Suas observações foram feitas no contexto do setor de criptografia que gastou milhões em doações políticas para influenciar a eleição de novembro, buscando regulamentações mais favoráveis.
Além da corrida presidencial entre Trump e Harris, todas as 435 cadeiras da Câmara e 33 das 100 cadeiras do Senado também estão em disputa. O futuro da criptomoeda, uma das tecnologias mais debatidas globalmente, está em uma encruzilhada entre as promessas pró-criptografia de Trump e a repressão regulatória do governo Biden.
Trump prometeu tornar os EUA “a capital global da criptomoeda”, propondo uma reserva estratégica nacional de Bitcoin semelhante à reserva de ouro dos EUA. Recentemente, ele lançou uma nova empresa de criptografia, a World Liberty Financial, afirmando que “a criptomoeda é uma das coisas que devemos fazer”. Isso marca um forte contraste com sua caracterização anterior do Bitcoin como uma “fraude”.
Em contraste, o governo Biden adotou uma linha dura contra as empresas de criptografia, destacada pelo encarceramento do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, por fraude, e pelas recentes penalidades contra o fundador da Binance por permitir atividades ilícitas em sua plataforma.
Embora Gensler enfatize que a SEC há muito tempo aplica regras que exigem que as empresas compartilhem informações com os investidores para protegê-los, ele também alerta que a participação mínima das criptomoedas no mercado pode minar a confiança em mercados de capitais mais amplos. Apesar de os proponentes afirmarem que as criptomoedas oferecem transações rápidas, acessíveis e seguras, uma pesquisa recente do Federal Reserve revelou que a porcentagem de americanos que usam criptomoedas caiu de 12% em 2021 para 7% no ano passado.
Harris tem falado menos sobre criptomoedas, mas sua equipe indicou uma disposição para apoiar políticas que permitam que as tecnologias emergentes prosperem. Reuniões recentes entre seus assessores e executivos do setor tiveram como objetivo criar confiança e dar esperança de um futuro melhor, independentemente do resultado da eleição.
Paul Grewal, diretor jurídico da Coinbase, enfatizou a importância do mercado de criptomoedas dos EUA e a necessidade de uma estrutura regulatória equilibrada que não restrinja excessivamente o setor. Com a aproximação das eleições, o setor de criptografia vê uma chance de eleger legisladores que simpatizem com seus interesses.
Até o mês passado, o setor teria gasto um recorde de US$ 119 milhões em doações políticas, tentando apoiar candidatos que apoiam as criptomoedas e desafiar seus críticos. Grupos de defesa do consumidor observaram que esse gasto não tem precedentes em escala, com o objetivo de influenciar o Congresso no sentido de menos regulamentação e mais proteção ao consumidor.
As apostas são altas, já que a comunidade de criptografia navega em um cenário regulatório complexo e busca influenciar a direção futura do setor à luz das próximas eleições.